sábado, 13 de dezembro de 2008

Voyager e NZ

No post anterior falei por cima sobre as Voyager, que além de serem uma garrafa no oceano cósmico, levando gravações dos cantos das baleias e do Chuck Berry, também fizeram (e fazem) algumas pesquisas importantes (NASA, em inglês). Creio que é a segunda missão interplanetária mais bem sucedida, atrás apenas das Apollo. Lançadas em 1977, continuam funcionando e fazendo ciência, e ainda devem fazê-lo até sabe-se lá quando. Uma característica impressionante das missões espaciais é que ou fracassam miseravelmente por motivos tolos, ou são muito melhor sucedidas do que o projetado - a Voyager 2 deveria investigar apenas Júpiter e Saturno, mas passou por Urano, Netuno e agora está na fronteira do Sistema Solar, a heliopausa.

O Nação Zumbi, em seu álbum Futura (2005), fez uma homenagem à missão. A banda é mais conhecida pela parceria com Chico Science na década de 90, com hits como "Da Lama ao Caos" e "A Cidade", inaugurando o gênero mangue beat, de um sincretismo musical único. Hoje eles parecem estar com um foco em samba-rock, mas não se sabe o que pode vir depois. Cada álbum é único em suas experimentações e temáticas, embora as questões sociais sejam uma constante.

Bom, menos fala e mais referência. Neste link pode-se ouvir Futura na íntegra (viva a Trama!), além de baixar "Hoje, Amanhã e Depois". Não deixe de escutar a música tema deste post: embora longe de ser ruim, nem é a melhor do álbum. Ouça tudo.

Voyager - Nação Zumbi

Voyager
O ouvido em outra dimensão

Voyager
Viajei, me liguei
Fui ali e voltei sob o signo do som, do som
Invocando os deuses ancestrais
Dos pensamentos espirais, maiorais
Das almas analógicas às auras digitais
Operando nas brechas multi-dimensionais
Tais quais as zonas autônomas
Da divisão que faz o levante dos temporais
Matrix, prefix, com bics
A sabedoria no meu mix
A ouvidoria atenta na parede falante
Sussurrando dissonante
Plugue-se, ligue-se e vá longe
Longeee

Voyager
O ouvido em outra dimensão

Manifestando e contaminando
Pelos fones nunca surdos
Microfones nunca mudos
Através das entidades sampleadas
Que dançam o absurdo
E nos canteiros da galáxia nervosa
Falando pro ouvido do mundo
Plugue-se, ligue-se e vá longe
Longeee

Flying high.

Um comentário:

Luzia Romanetto disse...

Oi amor,
agora que tou em casa e pensando em você resolvi ler seu blog, depois de resistir um tanto. Muito melhor que imaginava deveria escrever mais.
Meu nerdizinho... fofo!!!
Gostei do visual, e da mistura em arte/musica com ciência descomprometida, sem formalismo e doutrinação. Um olhar superficial, que mesmo assim já mostra o quão a ciência é bela, e portanto uma arte. Afinal fazer figuras bonitinhas é o meu trabalho.